Romeu Aguiar Carvalho foi ouvido pela CPI da BHTrans em Belo Horizonte direto de São Luís

O empresário Romeu Aguiar Carvalho, proprietário da Viação Primor, que opera no Sistema de Transporte em São Luís, virou uma das principais figuras da minuta do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Empresa de Transporte de Belo Horizonte (BHTrans) feito pelo relator e vereador Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB).

Além de ter sido indiciado por formação de cartel, associação criminosa, estelionato e formação da associação criminosa, Romeu também é citado nominalmente 82 vezes no documento em anexo.

Aprovado no dia 08 de novembro, o relatório final, de 460 páginas, foi obtido com exclusividade pelo blog do Isaías Rocha. O texto, composto de duas fases, parte I e parte II, seguirá ao Ministério Público de Contas (MPC) e ao Ministério Público de Minas Gerais, que vão dar sequência às investigações.

Suspeita de favorecimento

A peça que aponta formação de cartel e associação criminosa de funcionários públicos com donos de coletivos na capital mineira, pode ser apenas a ponta do iceberg capaz de embasar a CPI do Transporte que deve iniciar seus trabalhos nos próximos dias na Câmara Municipal de São Luís.

No começo do mês passado, por exemplo, mostramos documentos apontando indícios de que a gestão do ex-prefeito Edivaldo de Holanda Júnior (PSD), pode ter favorecido o grupo mineiro no processo licitatório do transporte coletivo realizado em 2016, na capital maranhense.

A tese fica mais evidentes quando se analisa um arquivo da ata do certame ao qual tivemos acesso apontando que a Primor teria anexado fora dos seus envelopes as declarações de preferência de lote. Além disso, conforme a denúncia formulada por um dos licitantes, a mesma viação teria incluso documentos complementares nos envelopes após o início dos trabalhos, contrariando regras do edital e da legislação.

Viação Primor pode ter sido favorecida com lote mais rentável do sistema de transporte em São Luís

Na época, mesmo sem base fundamentada, o representante da Primor contestou a alegação e informou que no momento da juntada do anexo da parte de fora dos envelopes ainda sequer havia iniciado o credenciamento das empresas e, portanto, segundo ele, não se tratava de juntada posterior de documento.

As denúncias podem resultar na suspensão do contrato da Viação Primor na capital maranhense.

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